Sunday, October 10, 2004

PERÍODOS DA HISTÓRIA DA MÚSICA

Pode dividir-se a História da Música em períodos distintos, cada qual identificado com um estilo que lhe é peculiar.
É claro que um estilo musical não surge da noite para o dia, é um processo lento e gradual relacionado com a evolução social e com as mudanças de mentalidade que definem cada época, cada geração. Por isso mesmo, é difícil determinar rigorosamente a data em que inicia ou termina cada período da História da Música.
No entanto, o quadro que se segue apresentará uma forma de dividir a História da Música Ocidental em oito grandes períodos:

Pré - História ------------até ao Nascimento de Cristo
Música da Antiguidade---do Nasc. de Cristo até 400 D.C.
Música Medieval---------400 - 1450
Música Renascentista-----1450 - 1600
Música Barroca-----------1600 - 1750
Música Clássica-----------1750 - 1810
Romantismo---------------1810 - 1910
Música do século XX------a partir de 1900

Pré-História
Podemos imaginar que o homem primitivo comunicou, desde muito cedo, usando sinais sonoros. Muito antes do aparecimento dos primeiros instrumentos, já o homem fazia a sua música, imitando os sons da Natureza: com gritos, sons corporais, batendo com paus, ramos, pedras, conchas...
Foi quando o homem começou a produzir sons intencionalmente que se iniciou a longa caminhada à qual chamamos História da Música.
Há vestígios - nas pinturas das cavernas - de que o homem utilizava a música nas cerimónias rituais: encorajamento para a caça, evocação das forças da natureza, cultos dos mortos... Primeiro usaria somente a voz e outros sons do corpo; mas, ao longo do tempo, foi construindo instrumentos e com eles acompanhou essas músicas e danças, para as tornar mais ricas e assim agradar mais aos seus deuses.

música dA Antiguidade
Nas grandes civilizações antigas - Egipto, Grécia, Roma - a música tinha um papel fundamental em todas as actividades do dia-a-dia.
No Egipto, havia música tanto no palácio do Faraó como a acompanhar o trabalho dos campos. Os músicos eram normalmente mulheres. A música tinha origem divina e estava muito ligada ao culto dos deuses. A harpa, a lira e o alaúde eram muito usados.
Na Grécia - Atenas -. todos os anos se realizava um concurso de canto. As peças de teatro eram acompanhadas por música. Os gregos cultivavam a música como arte e como ciência. Era uma das quatro disciplinas fundamentais da educação dos jovens. O órgão é uma invenção grega.
Em Roma, as lutas dos gladiadores eram acompanhadas por trombetas. Os ricos aprendiam música e realizavam concertos nas suas casas. Na rua, malabaristas e acrobatas representavam, acompanhados por flautas e pandeiretas.
Grupos de músicos obtinham licenças especiais do Imperador para percorrerem as províncias do Império, dando o primeiro exemplo de Tournée.

música medieval
Com a decadência do Império Romano e a implantação do cristianismo, a Igreja passa a ter um papel decisivo na evolução da música.
São os monges que, nos mosteiros, continuam o trabalho iniciado pelos Gregos, desenvolvendo a teoria e a escrita da música. Começa a haver uma grande separação entre a música religiosa e a música popular. Uma das grandes diferenças entre estes dois tipos de música, está nos instrumentos usados.
Na Igreja, apenas o órgão era permitido enquanto que na música popular -música profana (não religiosa), havia a Rabeca, o saltério, o alaúde, a charamela, a sanfona, o realejo, etc.
A língua usada nos cantos da igreja era o Latim, enquanto que na música popular eram usados dialectos próprios de cada região.
A música da Igreja era inicialmente monódica tendo evoluído no sentido da polifonia.
Os Menestréis eram músicos que andavam de terra em terra, juntamente com os saltimbancos, levavam as notícias nas suas andanças e apregoavam-nas cantando.
Os Trovadores eram nobres que compunham música e poesia, tendo como tema o amor de um cavalheiro por uma bela dama.
A escrita musical, tal como hoje a conhecemos, deve muito aos mil anos da Idade Média, pois foi durante esse período que ela foi evoluindo até chegar ao código actual.

música Renascentista
Foi uma época de grandes mudanças na Europa. O homem do Renascimento já não vive apenas dominado pelos valores da Igreja, mas encontra valores nele próprio e na natureza. A Igreja tornou-se menos rígida, permitindo uma aproximação entre a música sacra e a música profana.
Os governantes e os homens ricos desempenham a partir de agora um papel muito importante na evolução da música, concedendo aos compositores audições e oportunidades de trabalho, promovendo festas e acontecimentos culturais.

música barroca
O Barroco é um período em que a música instrumental atinge, pela primeira vez, a mesma importância que a música vocal.
O Violino afirma-se e a orquestra vai tomando uma forma mais estruturada. Surge a Ópera e o Ballet. Os instrumentos de tecla têm uma grande evolução e o cravo aparece como instrumento solista, e não apenas acompanhante.
A música do Barroco é exuberante, de ritmo e frases melódicas extensas, fluentes e muito ornamentadas. São usados contrastes de timbres e de intensidades.

música clássica
No período Clássico, a música torna-se mais leve e menos complicada que no Barroco. Predomina a melodia com acompanhamento de acordes, as frases são bem delineadas e mais curtas que anteriormente.
A dinâmica das obras torna-se mais variada, aparece o Sforzato (acentuação forte numa nota), o crescendo (aumento gradual da intensidade do som) e o diminuendo (diminuição gradual da intensidade do som). A música é tonal.
O cravo cai em desuso e é substituído pelo piano. A orquestra cresce em tamanho e acolhe um diversificado número de instrumentos.
A Ópera conhece um grande desenvolvimento e popularidade e começa a tratar temas do dia-a-dia.
É uma época extremamente fértil em grandes compositores e talvez a mais produtiva de todos os períodos da história da música. Viena de Áustria é considerada a capital da música clássica, pois foi lá que se concentraram a maioria dos compositores.

ROMANTISMO

É o período da liberdade de expressão de sentimentos e paixões.
Paris junta-se a Viena e tornam-se os principais centros de música da Europa. Os compositores libertam-se da tutela dos nobres que os empregavam e passam a compor livremente. Os concertos públicos tornam-se mais frequentes e começam a aparecer as grandes salas de espectáculos.
A fantasia, a imaginação e o espírito de aventura desempenham um papel importante na música deste período. Surge a Música Descritiva com os poemas sinfónicos. A literatura exerce uma enorme influência na música romântica, que está demonstrada na grande quantidade de Lied - Tipo de cação que floresceu neste período.
Os músicos interessaram-se pela música folclórica, indo aí buscar material para compor.
É dado ênfase às melodias líricas. As harmonias são ricas e contrastantes, explorando uma gama maior de sonoridades, dinâmicas e timbres.
As obras tomam proporções grandiosas e a orquestra atinge uma dimensão gigantesca.

MUSICA DO SÉCULO XX

O Romantismo explorou até ao limite as possibilidades da música tonal.
O século xx surge como o século das experiências, da procura de novos caminhos na música e nas artes em geral.
É o demonstrar das formas convencionais e a valorização de novas perspectivas, a procura de novos materiais e a utilização de recursos trazidos pelos avanços tecnológicos.
Acentua-se a tendência para valorizar culturas até então esquecidas. Os novos meios de transporte e comunicação facilitam as trocas culturais e fazem com que se conheça na música moderna influências muito variadas.
O aparecimento da gravação sonora abre um mundo novo à produção musical.
A procura de novas sonoridades faz com que os compositores explorem sons produzidos por objectos, transformando-os em instrumentos musicais. Os instrumentos convencionais são transformados e preparados de forma a alargar as suas possibilidades tímbricas. O timbre, nesta época, é talvez o parâmetro mais valorizado na música.
Surgem os primeiros instrumentos electrónicos, que ficarão para sempre ligados à música Pop Rock, embora também estejam presentes noutros géneros musicais.
O piano é um instrumento muito usado em experiências no campo da investigação tímbrica. Têm sido usadas técnicas muito simples, como seja: tocar agregados sonoros (clusters), usando o cotovelo, o antebraço ou mesmo a mão aberta sobre as teclas, tocar directamente nas cordas do piano com os dedos, como se se tratasse de uma harpa. Há compositores que para obter novas sonoridades, colocam folhas de papel entre as cordas do piano ou objectos sobre as cordas (bolas de ping-pong).
Das tendências e técnicas mais relevantes da música do séc. XX, encontram-se os seguintes sistemas musicais:

SISTEMAS MUSICAIS

PENTATONISMO
É um sistema baseado na escala pentatónica. Kodaly, compositor Húngaro, escreve com uma estrutura pentatónica, baseado nas origens do Folclore Húngaro. É também a Kodaly que se deve a linguagem dos vocábulos (Vocábulos Kodaly) utilizada no ensino de música a crianças:
h Tá-á, q Tá , e Ti, etc.
TONALISMO
Interdependência em que se encontram os diferentes graus da escala relativamente a uma tónica que é o centro de todos os movimentos melódicos. A tonalidade, define-se pela hierarquia dos graus tonais: 1º, 4º e 5º graus.
MODALISMO
É a maneira como se dispõem os intervalos de tom e meio-tom e que definem o que se chama modo.
POLITONALISMO
É um fenómeno harmónico que consiste na sobreposição de melodias ou acordes pertencentes a tonalidades diferentes. Este sistema foi utilizado por Ravel e Strawinsky.
POLIMODALISMO
É um fenómeno que consiste na sobreposição de melodias pertencentes a modos diferentes. É o sistema utilizado nas Escalas-Mistas.
ATONALISMO
Sistema harmónico que foge ao princípio fundamental da tonalidade central e que se deve ao compositor Austríaco Schomberg. Os intervalos fundamentais na música atonal são a 4ª aumentada e o meio-tom cromático.
DODECAFONIA
É o emprego contínuo do cromatismo, alterando o sentido tonal. neste sistema, empregam-se livremente os 12 sons da escala temperada. Wagner pode considerar-se o percursor do dodecafonismo.
SERIALISMO
É um sistema mais alargado que a dodecafonia. Utilizam-se as “séries” que são grupos de 4 ou 5 sons. Foi preconizado por shonberg que o definiu de: “Método de compor com 12 sons que só entre si são aparentados”.
Outros sistemas há que poderão ser estudados e, aprofundado o seu estudo em tratados de História da Música.

Produção Musical: Inspirações e Técnicas - aula 2

Origens do Rock
Essencialmente híbrido na origem, o rock music inclui elementos de vários estilos de música americana: o blues acompanhado da guitarra black; o blues e o ritmo black, produzidos com solos de saxofone; a música góspel branca e negra; a música country e western; o som dos cantores de rádio popular e os grupos de harmonia. Em 1954-55, epóca de seu surgimento, o rock era mais conhecido como "rock'n'roll". Após 1964, ele era simplesmente chamado de "rock music". Essa mudança na terminologia indica uma continuidade e ao mesmo tempo um rompimento com o período anterior; o rock não servia somente para dançar. Também nessa época, a música foi influenciada pelos grupos britânicos, assim como os Beatles.

Os anos 50: Bill Halley e o Rock'n'Roll
A primeira gravação rock'n'roll que obteve popularidade nacional foi "Rock Around the Clock" produzida por Bill Haley e The Comets, em 1955. Harley fez sucesso ao criar uma música voltada para a juventude, que incluía suas batidas empolgantes, a necessidade de se dançar e o efeito de suas letras. A melodia era claramente tirada por sua guitarra elétrica; as letras eram normais e simples. Haley acabou abruptamente como a ascendência das baladas suaves e sentimentais, que eram populares nos anos 40 e início dos 50. Ele também obteve êxito ao utilizar o ritmo black e o blues, de forma que o público de adolescentes brancos pudesse entender.
O blues, e o "rhythm and blues", também eram identificados como adultos, sexuais, revoltados e únicos pela cultura negra, por isso foram aceitos tanto emocional como comercialmente, sem precisar de adaptações. A principal gravadora havia anos que produzia gravações apenas para o público black, por isso era chamada de "race records". O surgimento do rock'n'roll trouxe um significante enfraquecimento na resistência da cultura negra. O incomparável rock'n'roll black que Haley criou, pode ser ouvido em produções sexualmente adultas de artistas como Hank Ballard e os Midnighters ("Work with Me, Annie") ou o "Grande" Joe Turner ("Shake, Rattle, and Roll"), ou no último som adaptado por Haley para um público branco que é "Dance with Me, Henry".
O rock'n'roll foi feito para ou sobre os adolescentes. Suas letras traziam temas comuns da adolescência: escola, carros, férias, pais e o mais importante, amor. Os principais instrumentos do velho rock'n'roll eram a guitarra, o baixo, o piano, a bateria e o saxofone. Todos os aspectos da música - sua batida pesada, a sonoridade, as letras auto-absorvidas e a liberação da loucura - indicavam uma rebeldia dos adolescentes pelos valores e autoridade dos adultos. Entre os influenciadores dos anos 50 estavam Chuck Berry ("Johnny B.Goode"), Little Richard ("Good Golly Miss Molly"), Sam Cooke ("You Send Me"), Buddy Holly ("Peggy Sue"), Jerry Lee Lewis ("Great Balls of Fire") e Carl Perkins ("Blues Suede Shoes").

Final dos anos 50 e início dos 60:
Elvis, Motown e a Invasão Britânica

O maior símbolo do rock'n'roll entre 1956 e 1963 foi Elvis Presley, um motorista de caminhão de Tupelo, Miss., que tornou-se cantor. Sua liberação melancólica e sexual atraía diretamente o público jovem, enquanto que horrorizava os mais velhos. Como o rock'n'roll havia se tornado um sucesso financeiro, as gravadoras que o consideravam uma coqueluche, começaram a garimpar novos cantores; eles geralmente faziam sucesso ao comercializar as suas músicas mais rebeldes. No final dos anos 50, por exemplo, estavam na moda as canções sentimentalmente mórbidas, assim como "Laura" e "Teen Angel".
Nesta época, Detroit tornou-se um centro importante para os cantores negros, então, surgiu um certo tipo de música conhecida como "Motown" [motor town], que foi nomeada pela Motown Records. O estilo é caracterizado por uma pessoa que canta canções melódicas e impressionistas, acompanhada de um grupo elegante com harmonias compactas e articuladas. Os expoentes populares deste estilo são: Temptations, Smokey Robinson e o Miracles, Diana Ross e o Supremes, e. Gladis Knight e o Pips. O rock music tornou-se popular novamente em 1962, com o surgimento dos Beatles, um grupo de quatro rapazes com cabelos longos, de Liverpool, Inglaterra. No início, eles foram aclamados por suas energias e personalidades individuais atraentes, e não pela inovação de suas canções, que tiveram influência de Berry e Presley. A popularidade deles inevitavelmente incentivou outros grupos com nomes anormais. Um dos mais importantes destes grupos foi o Rolling Stones, cuja música derivou da tradição black do blues. Estas bandas britânicas instigaram o retorno às raízes blues do rock'n'roll, apesar de já possuírem características mais barulhentas e eletrônicas.

Final dos anos 60 e início dos 70:
Anos Dourados do Rock Folk-Rock

Uma importante transformação do rock ocorreu em 1965, no Newport Folk Festival, quando Bob Dylan, um notável compositor e escritor de canções poéticas populares e letras de protesto social como "Blowin' in the Wind", apareceu tocando uma guitarra, acompanhado por sua banda de rock eletrônico. Assim, o folk-rock ocupa o seu espaço, com grupos que utilizam arranjos e cantores de rock, os quais compõem letras poéticas para suas canções (exemplo, "Norwegian Wood" e "Eleanor Rigby" dos Beatles). O arranjo do The Byrds da música "Mr. Tambourine Man" de Bob Dylan, é um clássico do folk-rock. Bandas como The Mamas And The Papas; Peter, Paul and Mary; Donovan; e The Lovin Spoonful tocavam um tipo música que foi classificado como folk-rock.

Canções de Protesto e a Cultura das Drogas

Nos anos 60, a música espelhava as tensões da Guerra do Vietnã e desempenhava um importante papel na cultura americana. O conteúdo verbal das canções de rock traziam rebeliões, protestos sociais, sexo e principalmente drogas. Muitos grupos, entre eles o Jefferson Airplane e o Grateful Dead, tentavam expressar na música, o sentimento aural das drogas psicodélicas, produzindo sons longos, repetitivos e esquisitos com letras surreais (conhecidos como "acid rock" ou "hard rock").
Em 1967, os Beatles novamente fizeram história com o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, que, além de incluir canções que alertavam sobre as drogas, apresentava um corpo com peças interligadas, que constituía um todo orgânico. Ele foi considerado o primeiro "conceito de álbum". Outros trabalhos subseqüentes a este e com a mesma tendência foram o musical rock Hair (1968) e a ópera rock Tommy, composta e tocada pelo The Who.

O Rock Vem Com a Idade
No final dos anos 60, o rock estava amplamente relacionado a um importante padrão musical. Músicos como Miles Davis e John McLaughlin, e grupos como Traffic Or Blood, Sweat e Tears tentaram unir o rock ao jazz, enquanto que outros artistas como Leonard Bernstein e Frank Zappa queriam conectar o rock à música clássica. Os grupos que se destacavam pelos seus guitarristas, dentre eles Jimi Hendrix, Eric Clapton, Duane Allman e Jimmy Page, continuaram a executar variações com temas blues clássicos, utilizando instrumentos tradicionais do rock'n'roll.

De 1967 para frente, os festivais de rock começaram a entrar na sua melhor fase, pois milhares de jovens os freqüentavam justamente para ouvir rock music. A maioria destes festivais pacíficos e bem sucedidos foi realizada em Woodstock, N.Y., em agosto de 1969. Porém, mais tarde, um evento semelhante, que trazia os Rolling Stones e foi realizado em Altamont, Califórnia, foi marcado por vários incidentes violentos que foram filmados, houve até um assassinato. Por volta de 1970, várias celebridades do rock - Janis Joplin, Jim Morrison e Jimi Hendrix - morreram por excesso de drogas. As características andrógenas e perigosas passadas pelos Rolling Stones foram levadas ao extremo pelos artistas Alice Cooper e David Bowie, que, talvez, eram mais famosos pela ambigüidade sexual e comportamento fora do comum, em suas músicas.

Final dos anos 70 até hoje:
Punk Rock, Video Music e Roqueiros de Meia Idade

Um fato importante do rock ocorreu no final dos anos 70 com o punk rock, que foi uma resposta a estagnação do gênero e um protesto político niilístico. Iniciou-se, evidentemente, na Grã Bretanha, por bandas como Sex Pistols e The Clash. O punk rapidamente tornou-se popular nos EUA. No início dos anos 80, o rock music havia se modificado consideravelmente. O Black Flag, o Dead Kennedys e outros grupos também adotaram temas de protestos políticos para compor suas músicas.Durante os anos 80, os vídeos se tornaram um forma popular de promoção e entretenimento. Porém, no final dos anos 80, várias bandas, inclusive Nirvana, Pearl Jam e Mudhoney, continuaram seguindo a linha do punk rock, utilizando temas políticos e celebrando a própria falta de virtuosidade técnica. Nos anos 90, velhas bandas, entre elas o Grateful Dead e o Rolling Stones, tornaram a conquistar popularidade, não só dos jovens, mas também de muitos fãs de meia idade.

Produção Musical: Inspirações e técnicas - aula 1

A Antiguidade
Quando nasceu a música ? - Como as primeiras manifestações musicais não deixaram vestígios, é práticamente impossível responder. Alguns estudiosos nem tentam; outros enfrentam o problema com base naquilo que se sabe sobre a vida humana na Pré- história e preenchem as lacunas com certa dose de imaginação. Mas nenhuma hipótese diz com exatidão o momento em que os primitivos começaram a fazer arte com os sons.
Ao que parece, o homem das cavernas dava à sua música um sentido religioso. Considerava-a um presente dos deuses e atribuía-lhe funções mágicas. Associada à dança, ela assumia um caráter de ritual, pelo qual as tribos reverenciavam o Desconhecido, agradecendo-lhe a abundância da caça, a fertilidade da terra e dos homens. Com o ritmo criado - batendo as mãos e os pés -, eles buscavam também celebrar fatos da sua realidade: vitórias na guerra, descobertas surpreendentes. Mais tarde, em vez de usar só as mãos e os pés, passaram a ritmar suas danças com pancadas na madeira, primeiro simples e depois trabalhadas para soarem de formas diferentes. Surgia, assim, o instrumento de percussão.
Os barulhos da natureza deviam fascinar o homem desses tempos, dando-lhe vontade de imitar o sôpro do vento, o ruído das águas, o canto dos pássaros. Mas, para isto, o ritmo não bastava, e o artesanato ainda não permitia a invenção de instrumentos melódicos. De modo que estranhos sons tirados da garganta devem ter constituído uma forma rudimentar de canto, que, junto com o ritmo, resultou na mistura de palmas e roncos, pulos e uivos, batidas e berros. Era o que estava ao alcance do homem primitivo. E terá sido um estilo que resistiu a séculos.
Contudo, segundo os atuais conceitos de música, essas tentativas de expressão foram demasiadamente pobres para se enquadrerem na categoria de arte musical. Mas, do ponto de vista histórico, elas tiveram uma importância enorme. Porque a sua rítmica elementar acompanhou o homem à medida que este se espalhava sobre a Terra, formando culturas e civilizações. e evoluiu com ele, refletindo todas as transformações que a humanidade viveu até chegar a ser como é agora.
OS PRIMEIROS ELEMENTOS
A noção que hoje se tem da música como "uma organização temporal de sons e silêncios" não é nova. Civilizações muito antigas já se aproximaram dela, descobrindo os elementos musicais e ordenando-os de maneira sistematizada. Os historiadores têm encontrado inscrições as quais indicam que um caráter nítidamente ritualístico impregnava a maior parte da criação musical da Antiguidade.
Por muito tempo as formas instrumentais permaneceram subdsenvolvidas. Predominava a música vocal. Essa forma, adicionando à música o reforço das palavras, era mais comunicativa e as pessoas assimilavam-na melhor. Assim se explica o grande desenvolvimento que atingiu entre os antigos.
Os povos de origem semita cultivavam a expressão musical, tornando-a bastante elaborada. Os que habitavam a Arábia, principalmente, distinguiram-se pela criatividade. Possuíam uma ampla variedade de instrumentos e dominavam diferentes escalas. Segundo parece, tocavam sobretudo para dançar, pois foi entre eles que surgiu a "Suíte de Danças", um gênero que sobrevive ainda hoje.
A Bíblia mostra que também os judeus tinham a música como hábito. Davi fala sobre ela nos "Salmos", e diversas outras passagens bíblicas contêm menções a respeito.
Na China, o peculiar era a própria música, devido à sua monumentalidade. Os chineses utilizavam nada menos que 84 escalas (o sistema tradicional da música ocidental dispunha de apenas 24). a variedade da sua instrumentação era imensa. E já por volta do ano 2255 a.C. o domínio sobre a expressão musical atingia tal perfeição entre eles, que sua influência se estendia por todo o Oriente, moldando a música do Japão, da Birmânia, da Tailândia e de Java.
A LIRA E A LÍRICA NA GRÉCIA
Mas indiscutivelmente, foram os gregos que estabeleceram as bases para a cultura musical do Ocidente. A própria palavra música nasceu na Grécia, onde "Mousikê" significa "A Arte das Musas", abrangendo também a poesia e a dança. O ritmo era o denominador comum das três artes, fundindo-as numa só. Dessa forma a Lírica era um gênero poético, mas seu traço principal era a melodia e até seu nome deriva de um instrumento musical - a Lira. como os demais povos antigos os gregos atribuíam aos deuses sua música, definindo-a como uma criação integral do espírito, um meio de alcançar a perfeição.
Seu sistema musical apoiava-se numa escala elementar de quatro sons - o Tetracorde. Da união de dois tetracordes formaram-se escalas de oito notas, cuja riqueza sonora já permitia traçar linhas melódicas. Estas escalas mais amplas - os Modos - tornaram o sistema musical grego conhecido posteriormente como Modal.
O canto prendia-se a uma melodia simples, a Monodia, pois os músicos da Grécia ignoravam as combinações simultâneas de sons (harmonias). Mas nem por isso deixavam de caracterizar com seus Modos um sentido moral - o Ethos -, tornando os ritmos sensuais, religiosos, guerreiros, e assim por diante.
Uma vez que os ritos religioso quase não mudavam, conservando a tradição, com o tempo criaram-se melodias-padrão, muito fáceis e conhecidas de todos. Eram os Nomoi, cujo acompanhamento se fazia com a Cítara e o Aulos. A cítara descendia da lira e, como ela, tinha cordas. O aulos era um instrumento de sôpro, ancestral do nosso oboé.
Partindo dos Nomoi, a música da Grécia evoluiu para a lírica solista, o canto conjunto e o solo instrumental. Depois, vieram as grandes tragédias inteiramente cantadas, que marcaram o apogeu da civilização helênica (do século VI ao século IV a.C.).
Daí por diante, a decadência do povo encaminhou a música da Grécia para o individualismo e o culto às aparências. Parecendo prever a dominação que lhes seria imposta pelos romanos, os gregos ironizavam a sua própria destruição.
EM ROMA, A ARTE DA CÓPIA
A cultura dos romanos era muito menor do que o seu poderio, de maneira que a conquista da Grécia lhes veio bem a calhar: a avançada civilizção grega oferecia-lhes tudo o que não tinham em ciência, arte e refinamento.
Recolhendo os melhores elementos do patrimônio grego, trataram de copiá-los com capricho e depois apresentaram-nos como produto próprio entre os demais povos que tinham sob domínio. Mas não foram muito além desse trabalho de divulgação.Particularmente no caso da música, Roma quase nada acrescentou àquilo que se havia desenvolvido na Grécia. Sua contribuição ao progresso musical destacou-se, contudo, pela invenção de alguns instrumentos como a Tíbia (uma espécie de gaita-de-foles), a Tuba (precursora do trombone) e um órgão primitivo, provávelmente hidráulico ou pneumático. Entretanto, parece que esse órgão não era original. Alguns pesquisadores afirmam que um egípcio chamado Ctesíbio já havia criado um aparelho do mesmo tipo dois ou três séculos antes da era cristã.