Sunday, May 30, 2010

Χρόνος


Em ti, meu beijo...
Em si, o desejo...
Suave olhar que enseja seu nome.
Entrave drama que me consome.
A verdade é aquilo que fomenta o que eu vejo.
Fonte inesgotável de virtude, que ilude.
Um assombro que se insurge do simples fato de te contemplar.
Almejo seus gestos, seu cheiro, não pela metade, mas sim por inteiro.
Será isso um erro?
Não!
Nos vemos apenas em um espelho de imagens turvas em vermelho.
Doem os meus joelhos...
Aumenta-se o desespero...
Vou reformular alguns deuses nos teus sonhos...
Navegaremos juntos através de nossas invenções...
Você é algo entre o por vir e o morreu.
Isso é medonho...
Fundiremos o que te pertence ao que é meu.
Despedaçando o acontecimento me faço de seu alimento, ou em um novo coliseu.
Numa linha ínfima que separa Eu, Cronos, de teu Zeus:
“E sou os romanos, gregos e aqueus.”
Transfiro toda a minha infinita solidão em escuridão para criar o céu e cobrir os seus.
Eu sou órfão de Orfeu!
Minhas lágrimas de impotência se cristalizam em pontos estáticos brilhantes suspensas no Aíon* pelo seu adeus...
Insolente ignorante é a tua fraca ciência...
“É por isso Gaia que eu comerei todos os nossos filhos, para que assim você não possa prolongar a tua indecente descendência.”
Por excelência derramarei meu sangue pelo teu corpo por mais uma vez, pois quero que veja meu espírito como um horizonte que guia a tua inocência, que me fez,faz, e fará meu fim.
Tudo que eu fiz para ti se volta agora contra mim...
Sempre foi e para sempre será assim...
Vou cantar por toda a eternidade a sua beleza. vou refletir meu pensamento no mar revolto para que você possa nua se banhar, e quando isso acontecer: “Não te esqueças de minha tristeza...”
O sol levará em si o teu calor, e quando chegar o frio tardio do vazio, meu amor, ele banhará o teu corpo com a minha “luz”, Eu quero que a minha vontade te aqueça pela minha dor, é (in) justamente isso que te seduz...
A lua amarela estará te seguindo para aonde quer que você vá, para aonde quer que você for.
Ela é a tua sombra que ronda os teus traços, seu presente futuro e passado, que guiará os seu passos quando quiserdes voar para bem longe, através da imensidão do sistema solar.
O destino é tão incerto...
-Mas gostaria que você estivesse aqui por perto...
-Não posso...
É necessário que atravesse só esse grande deserto.
-Atira-me contra um desfiladeiro de concreto.
Sou um valioso trajeto...
Projeto nexo no dejeto...
Protejo afeto sem objeto...

Do teu ventre eu esculpi Netuno...
Dos teus abraços eu desenhei os anéis de Saturno...
Da tua volúpia eu cuspi Mercúrio...
Harmonizando todos os seus gestos eu pude assim compor o universo pelo avesso em um Nocturno.


Aíon*: tempo puro|infinito.

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